Teve início no domingo (6), em Parintins (AM), a Etapa Distrital
da 5ª Conferência Nacional de Saúde Indígena (5ª CNSI) da região do baixo rio
Amazonas, habitada por índios Satarê-Maué e Hexkaryanos. Até terça-feira (8),
os 108 delegados da região discutirão propostas formuladas nas aldeias para
alterar a Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas (Pnaspi). Após
a discussão das propostas, os delegados escolherão 32 representantes para representar o Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Parintins na Etapa
Nacional da 5ª CNSI, a ser realizada entre os dias 26 a 30 de novembro, em
Brasília (DF).
Para a coordenadora geral da 5ª CNSI, Bianca Moura, os
indígenas de Parintins têm a chance de dar um novo rumo para a saúde do DSEI. “Nosso
compromisso é de melhorar cada vez mais o Subsistema de Atenção à Saúde
Indígena (SasiSUS). Esta conferência é a primeira em sete anos e precisamos
encontrar políticas públicas que garantam a subsistência dos povos indígenas”,
disse.
Bianca destacou também o trabalho feito em 309 conferências nas
aldeias durante a Etapa Local da 5ª CNSI. Isso, na visão da gestora, é uma
forma de ressaltar a importância da participação social na Secretaria Especial
de Saúde Indígena (Sesai). “A Sesai é uma criação dos indígenas e vivemos um
momento de reaproximação do Sistema Único de Saúde (SUS). A Sesai é única
dentro do governo federal no sentido de participação social dos usuários”,
argumentou.
Para a coordenadora do DSEI Parintins, Paula Rodrigues, o
encontro é uma oportunidade que os delegados terão a chance de levar boas
propostas para a Etapa Nacional, com o objetivo de modificar a atenção feita
nas aldeias. “Sabemos que ainda há muito a ser feito, mas destacamos o quanto
já foi realizado. As propostas são importantes para definirmos o futuro. Tenho
certeza que sairemos dessa conferência com boas idéias”, avaliou.
O presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena
(Condisi) de Parintins, Eliseu Batista, pediu atenção aos delegados para focar
nas propostas, sem desviar o assunto da 5ª CNSI. Segundo Eliseu, é importante haver
uma definição clara das propostas que serão levadas encaminhadas para a Etapa
Nacional.
Obadias Batista, representante das organizações indígenas de
Parintins, disse que os delegados devem aproveitar a Conferência para lutar
pelos seus direitos. “A Sesai é a nossa conquista. Temos que exercer o papel de
fiscal e cobrar da gestão. Além disso, temos que auxiliar a administração,
porque o objetivo é um só: uma saúde indígena de qualidade”.
Durante a abertura, os delegados puderam conferir uma
apresentação musical da etnia Satarê-Maué, além de um vídeo resgatando as
discussões feitas durante a Etapa Local. Nesta segunda-feira (7), o grupo
discute os quatro eixos temáticos da Conferência, e já inicia o processo de
consolidação das propostas.
Por Francisco Souza
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