Trezentos e doze delegados de cinco estados iniciaram, neste
domingo (13), em Curitiba (PR), a Etapa Distrital da 5ª Conferência Nacional de
Saúde Indígena (5ª CNSI) do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Litoral
Sul. O distrito, de maioria Guarani, tem população de 9.670 índios e é o único
do país com abrangência em cinco estados.
O coordenador do DSEI, Paulo dos Santos Camargo, disse que
os indígenas devem aproveitar o momento oportuno da Conferência para “pensar grande”
e buscar melhorias na saúde indígena do sul do país. “Esta é a primeira
conferência após a criação da Sesai e ela é de todos nós. Temos que pensar
alto, de forma positiva para melhorarmos o distrito”, reforçou.
O diretor do Departamento de Saneamento e Edificações da Sesai,
Carlos Madson, destacou os avanços conquistados desde a criação da Pasta, mas
frisou que os desafios ainda são muitos. “Ao ver apresentações como a do coral
de jovens indígenas, aqui no evento, nos lembramos da imensa responsabilidade
que temos, que é de avançar na saúde indígena. Conquistamos muitas coisas, mas
ainda há muito a ser feito, argumentou o gestor.
Madson frisou que a questão indígena não é mais um assunto
segmentado dentro da sociedade. “Atualmente, as questões indígenas são
importantes para todos nós, não apenas para os indígenas”, completou.
Trabalho de bases
O secretário-geral da 5ª CNSI, Clóvis Boufleur, destacou o
caráter singular da 5ª CNSI, no sentido de permitir a participação dos
indígenas que vivem nas aldeias. “Eu já participei de três outras conferências
indígenas e esta é a primeira que as discussões foram iniciadas dentro das
aldeias, com a Etapa Local”, salientou.
Para o conselheiro, é importante que as decisões da 5ª CNSI
tenham acompanhamento constante no futuro, como forma de garantir que o evento
não seja apenas transitório e caia no esquecimento. “Devemos realizar pós-conferências
no próximo ano para conferir a aplicação das propostas”, concluiu Clóvis.
Carmen Pankararu, membro da Comissão Organizadora da Conferência
disse que o momento é de “pensar na saúde de forma ampla” e que as melhorias na
saúde indígena passam por uma distribuição melhor das obrigações entre os
órgãos do governo. “Esta na hora da Fundação Nacional do Índio (Funai), dos
municípios e dos estados assumirem as suas obrigações”, reforçou Carmen.
Mara Kambeba, também da Comissão Organizadora, ressaltou o
momento histórico da 5ª CNSI, e disse aos delegados presentes que todos devem
aproveitar ao máximo a oportunidade de discutir saúde indígena. “Nós temos a
diferenciação no papel, mas, de fato, isso não ocorre. Precisamos encontrar uma
forma de mudar isso”.
Nesta segunda-feira (14), os delegados acompanham
apresentações teóricas sobre os eixos temáticos da Conferência e iniciam os
trabalhos em grupo para a escolha das propostas a serem enviadas a Etapa Nacional,
que acontecem de 26 a 30 de novembro, em Brasília (DF).
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