terça-feira, 15 de outubro de 2013

Florianópolis sedia Etapa Distrital da 5ª CNSI

Foi iniciada, nesta terça-feira (15), em Florianópolis (SC), a Etapa Distrital da 5ª Conferência Nacional de Saúde Indígena (5ª CNSI) do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Interior Sul. Apesar de o DSEI ser o quarto maior distrito no quesito populacional, a Etapa Distrital do Interior Sul é a maior do país com 496 delegados, devido ao grande número de municípios que fazem parte da área de abrangência e participam da conferência.

Nos próximos três dias, os delegados escolherão 35 propostas que serão encaminhadas para a Etapa Nacional da 5ª CNSI, que acontece em Brasília (DF), além de eleger os 80 delegados para fazer a defesa dessas propostas na capital federal.

Para o diretor do Departamento de Saneamento e Edificações Indígenas (DSESI) da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), Carlos Madson, os problemas enfrentados na saúde indígena são aparentes e não há, por parte do Ministério da Saúde, um esforço para negar essa situação. “Nós temos consciência das dificuldades e durante a Conferência estamos fazendo um esforço para encontrar as respostas para os nossos problemas”, disse.

Madson explicou que houve avanços desde a criação da Sesai, em 2010, e que é preciso buscar uma construção em conjunto com os demais entes do Sistema Único de Saúde (SUS). “As dificuldades sempre existirão. O que diferencia é a forma de enfrentá-las”, completou.

O diretor também explicou que o número de aldeias no país é semelhante ao número de municípios (mais de 5.500), e que estruturar um modelo de atenção à saúde em cada uma dessas aldeias é uma tarefa complexa e delicada.

Segundo o coordenador do DSEI Interior Sul, Kaio Felipe Koerich, a burocracia na execução de serviços mostra a inadequação da legislação atual para atender as demandas da saúde indígena. Para ele, é preciso encontrar formas mais inteligentes de atender as demandas existentes.

Por outro lado, o presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena (Condisi) Interior Sul, Ilírio Roque Portela, salientou que as dificuldades são inúmeras e que muitas vezes as lideranças têm que encontrar forças internas para não desistir. Acima de tudo, destacou Ilírio, é importante ter em mente que a Conferência é dos indígenas, e um instrumento importante para melhorar o atendimento oferecido. “Lutaremos pelas nossas propostas e usaremos esse período para discutirmos ideias que visem melhorar o atendimento nas aldeias”, afirmou, destacando a necessidade de escolher delegados que saibam defender as propostas durante a etapa nacional.

Clóvis Boufleur, secretário-geral da 5ª CNSI, disse que os indígenas devem ter em mente que a 5ª CNSI não é um evento isolado, e sim um processo contínuo de discussão dos problemas enfrentados pela saúde indígena. “É preciso que isto não vire apenas um relatório. O governo não iria gastar um volume de recursos tão expressivo para gerar apenas documentos. Temos que fazer um acompanhamento das decisões da 5ª CNSI, mesmo depois da Etapa Nacional”, defendeu Boufleur.

Por Francisco Assul
Fotos: Ígor Freitas - Sesai/MS

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