Delegado indígena da etnia Wapixana, Clovis Ambrósio, presidente do Condisi Leste de Roraima |
Os 19 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI) da
Região Norte se reuniram no primeiro dia da 5ª Conferência Nacional de Saúde
Indígena (5ª CNSI) para conhecer e debater as propostas distritais que foram
consolidadas em relatório pela Comissão de Relatoria. Divididos em duas Macrorregionais – Norte 1 e
Norte 2 – cerca de 300 indígenas discutiram as propostas de cada eixo temático
que compõem as propostas da 5ª CNSI.
Apesar de divididos em duas salas, as especificidades
territoriais e culturais da região Amazônica convergiram em discussões sobre a
importância de discutir propostas que reflitam as necessidades da região. “Nós
da região Norte temos uma singularidade própria da floresta Amazônica, que nos
faz diferentes e impacta diretamente na logística e no acesso às aldeias”, reforçou
o coordenador do DSEI Alto Rio Purus, Raimundo Costa.
Na Macrorregional Norte 1, que reuniu cerca de 100 delegados
dos DSEI Alto Rio Solimões, Manaus, Médio Rio Purus, Médio Rio Solimões e
Afluentes, Parintins e Vale do Javari, após a leitura de cada Eixo Temático,
dois representantes de cada distrito foram convidados para discutir as
propostas e apresentar as contribuições.
A Macrorregional Norte 2 reuniu cerca de 150 delegados de 12
Distritos (Alto Rio Juruá, Alto Rio Purus, Amapá e Norte do Para, Rio Tapajós,
Altamira, Guamá Tocantins, Kaiapó do Pará, Porto Velho, Vilhena, Leste de Roraima,
Yanomami e Tocantins). “Precisamos analisar ponto a ponto esse relatório e
identificar a voz das aldeias”, ressaltou o delegado Kleber Karipuna (Condisi
Amapá e Norte do Pará), um dos coordenadores da mesa.
Por votação, o grupo da Macrorregional Norte 2 decidiu fazer
um balanço das conferências realizadas até hoje, buscando identificar o que foi
tema nos eventos anteriores e que é pauta na 5ª CNSI. Entre as lideranças que
já participaram das anteriores, o delegado indígena da etnia Wapixana, Clovis
Ambrósio, presidente do Condisi Leste de Roraima há 13 anos, foi lembrado como
um pioneiro da participação indígena nas conferências.
“Participei de todas as cinco Conferências Nacionais de
Saúde Indígena. Desde a primeira, realizada em 1986, até hoje, na 5º CNSI, e vejo
um amadurecimento do movimento indígena. Na primeira, realizada em 1986, éramos
poucos, acho que uns 20, buscando garantir o nosso direito de sermos ouvidos. Depois
conseguimos consolidar as propostas vindas das comunidades, até a aprovação de
criação da Sesai, na 4ª Conferência”, relembrou.
Hoje ele encara com
otimismo a participação indígena nas conferências. “Nesse tempo, nós indígenas
acumulamos conhecimento sobre como exercer o controle social. O índio sabe o
quer. Acredito que por isso essa Conferência será um momento diferente, de
união e debates profundos sobre o que é necessário para saúde indígena”,
finalizou.
Por Aêde Cadaxa
Foto: Luís Oliveira - Sesai/MS
Por Aêde Cadaxa
Foto: Luís Oliveira - Sesai/MS
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