terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Assinatura de portaria que beneficia a Saúde Indígena é destaque na abertura da 5ª CNSI

Na noite desta segunda-feira (2), aproximadamente dois mil participantes, dentre índios e não índios, lotaram o auditório do Centro Internacional de Convenções do Brasil (CICB), em Brasília (DF), onde está sendo realizada a Etapa Nacional da 5ª Conferência Nacional de Saúde Indígena (5ª CNSI). O evento, que prossegue até sexta-feira (6), foi aberto pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, acompanhado do secretário Especial de Saúde Indígena, Antônio Alves, e da presidente do Conselho Nacional de Saúde (CNS), Maria do Socorro, além da participação do secretário de Gestão Estratégica e Participativa (SGEP), Odorico Monteiro, e de Sônia Guajajara, da direção da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil.

Em meio a muitos discursos, os indígenas foram surpreendidos com uma boa notícia. O ministro da Saúde assinou a portaria que garante a participação de representantes indígenas em reuniões decisivas para a destinação das verbas do setor. "Para os encontros que ocorrem nos estados, entre as secretarias estaduais e municipais de Saúde, e para as reuniões que decidem, por exemplo, quantas vagas serão criadas no hospital, quanto dinheiro vai para um determinado tipo de cirurgia, quanto vai ser destinado para o Tratamento Fora do Domicílio (TFD), haverá um representante dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI) para discutir questões relacionadas ao povo indígena", explicou Alexandre Padilha.

Ao sair da solenidade, os indígenas comemoraram e agradeceram a participação do ministro na abertura da 5ª CNSI. “O evento está muito bom. A participação indígena está surpreendente. Quanto mais índios estiverem participando, a construção será mais democrática. Aos poucos a gente vai construindo essa Saúde Indígena que ainda não está consolidada. Hoje está sendo muito importante termos a presença do secretário Especial de Saúde Indígena e do nosso ministro da Saúde. Já tivemos uma grande conquista com essa portaria, mas, o que a gente precisa também é de uma liderança indígena empossada e com autonomia para trabalhar ao lado dele. Já temos parentes com condições de atuar. A Saúde Indígena não pode ser feita somente pelos não indígenas”, opinou Aureni Fulinio, delegada do DSEI Pernambuco.


Para Dourado Tapeba, coordenador da Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo (APOINME), membro da Comissão Intersetorial de Saúde Indígena (CISI) e assessor do Controle Social na Saúde Indígena do DSEI Ceará, a 5ª CNSI representa um marco na história do país. “Com relação às quatro Conferências Nacionais de Saúde Indígena já realizadas, essa está sendo de muita surpresa. O secretário Antônio Alves tem feito muito por nós, mas ele ainda tem bastante a nos ajudar. A presença do ministro da Saúde nesta Conferência é interessante, até porque ele já foi diretor do departamento de Saúde Indígena da Funasa. A fala dele nos reafirma o quanto ele está lutando para construir uma saúde de qualidade e diferenciada para os povos indígenas do Brasil”, avaliou.  

Por Vivianne Paixão
Fotos: Luís Oliveira - Sesai/MS

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