Termina nesta terça-feira (1º) a Etapa
Distrital na 5ª Conferência Nacional de Saúde Indígena (5ª CNSI) do Distrito
Sanitário Especial Indígena (DSEI) Alagoas e Sergipe. O destaque do evento fica
por conta da participação maciça dos jovens indígenas, além de representantes
de todas as etnias pertencentes ao DSEI. São elas: Koiupanká, Katorinn,
Karuazu, Kalankó, Jeripankó, Tingui Botó, Aconã, Xucuru Kariri, Kariri Xocó, Karapotó
Terra Nova, Karapotó Plakiô e Xocó (Sergipe).
A Etapa
do DSEI Alagoas e Sergipe, que atende onze etnias do Estado de Alagoas e uma do
Sergipe, teve início no dia 28 com a particularidade de ser a IV Conferência
Distrital de Saúde, pois na ocasião da 1ª Conferência Nacional de Saúde
Indígena, “não houve convocação para a realização das conferências locais e
distritais nos dois estados” informou o ex-presidente do Condisi do DSEI-AL/SE
Lindomar Xoko, indígena da única etnia do Estado de Sergipe. O Cacique Zezinho,
da etnia Koiupanká comandou o ritual indígena na abertura da conferência que
contou, também, com a participação de caciques e indígenas de outras etnias.
De acordo com a organização, 128
delegados indígenas, gestores e usuários, se debruçaram em discussões pautadas
nas 70 propostas originárias das conferências locais. Dessas discussões
surgiram as 35 propostas que serão levadas para a Etapa Nacional, em Brasília
(DF), no período entre 26 e 30 de novembro. Além disso, foram eleitos 35
delegados para representar o DSEI na Etapa Nacional.
A participação de autoridades como a prefeita
de Água Branca, Albany Sandes Gomes, foi marcante. “Foi um momento muito
oportuno para representar a minha
cidade, e, sem dúvida nenhuma, os povos
indígenas de Água Branca, que também são munícipes, terão mais visibilidade num
evento como esse”, destacou.
Representando a Secretaria Estadual de
Saúde de Algoas, Maria do Socorro Marques Luz , chamou a atenção para a
importância da Conferência e das discussões por ele proporcionadas. “O direito a saúde, já é preceituado pela
Constituição Federal e pela Lei Orgânica de Saúde, porém existe um vazio entre
o direito e a efetividade do mesmo. A integração entre os diversos Entes
federados é necessária para que se garanta, se legitime e se efetive o direito,
para que os povos indígenas tenham assegurada a saúde e a melhoria da qualidade
de vida”.
A Etapa Distrital teve um grande
destaque: a presença de jovens indígenas, que reivindicaram maior participação nas
decisões dentro das comunidades indígenas, conforme explicou a coordenadora do
DSEI/AL-SE, doutora Genilda Leão. “Houve
o primeiro encontro de jovens indígenas, realizado pelo DSEI/AL-SE, no qual os
jovens reivindicaram, por meio de documento, maior respeito às suas decisões e
maior participação nos espaços de saúde dentro das Aldeias. Também
reivindicaram presença para ler o documento e participar da Conferência, o que
foi prontamente aceito”, reforçou a coordenadora.
A jovem indígena Mariana Wassu fez o
seguinte pronunciamento na abertura da Etapa Distrital: “A nossa presença aqui
é para ler a Carta com propostas para a Conferência e saber se elas serão
aprovadas. Ela tem o objetivo de buscar novas formas de atender, não só os
jovens, mas toda comunidade indígena”.
A Carta foi elaborada no I Encontro de
Saúde Indígena da juventude Indígena – NHENETY KORÃ (Tradição e Esperança),
realizado em maio deste ano, na cidade de Maceió. O intuito do encontro é fortalecer e
incentivar o protagonismo juvenil no processo de discussões e construções no
campo da política juvenil de saúde indígena.
Durante o pronunciamento, o secretário
Antônio Alves fez um histórico de vida Sesai, comentou as dificuldades
encontradas logo após a criação e sua nomeação, quando não havia nenhuma
estrutura física, nem mesmo funcionários. “Só existia eu e a Sesai, nem sala
existia”, lembrou, destacando o progresso registrado nos últimos anos. “Mas há,
ainda, muito o que fazer”.
Foto: Luís
Oliveira – Sesai/MS